O câncer de mama é um dos tipos de câncer mais comuns entre as mulheres, e a conscientização sobre os fatores de risco e o diagnóstico precoce são essenciais para o tratamento eficaz. No entanto, há uma questão importante que merece atenção: o risco aumentado de câncer de tireoide em pacientes com histórico de câncer de mama. Neste Outubro Rosa, mês de prevenção do câncer de mama, vamos explorar essa relação, destacando os fatores envolvidos e a importância do monitoramento da saúde da tireoide em pacientes com câncer de mama.
Estudos indicam que mulheres diagnosticadas com câncer de mama podem ter um risco maior de desenvolver câncer de tireoide, comparadas com a população geral. Essa relação é complexa e envolve fatores genéticos, hormonais e os efeitos de tratamentos como a radioterapia. Compreender esses fatores pode ajudar pacientes e médicos a tomar decisões informadas sobre o acompanhamento e a prevenção.
Influência hormonal
Os cânceres de mama e de tireoide são sensíveis a hormônios. Estrogênios, por exemplo, têm um papel significativo no crescimento de certos tipos de câncer de mama e podem também influenciar o risco de tumor na tireoide. Isso sugere que alterações hormonais em pacientes com câncer de mama podem impactar a saúde da tireoide.
Tratamentos com radiação
Pacientes com tumores na mama que recebem radioterapia na região do tórax ou pescoço estão expostas a uma maior dose de radiação, o que é um fator de risco bem documentado para o câncer de tireoide. A exposição cumulativa à radiação pode danificar as células da tireoide e levar ao desenvolvimento de tumores.
Fatores genéticos
Certos fatores genéticos podem predispor pacientes a múltiplos tipos de câncer. Mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, conhecidos por aumentar o risco de câncer de mama, também têm sido associadas a um risco elevado de câncer de tireoide. Essas mutações afetam os mecanismos de reparo do DNA, aumentando o risco de câncer em diferentes tecidos.
Doenças autoimunes da tireoide
Doenças autoimunes da tireoide, como a tireoidite de Hashimoto, são mais frequentes em pacientes com câncer de mama. Essa condição pode influenciar o risco de câncer de tireoide, embora a relação exata ainda esteja sendo investigada.
Dado o risco aumentado, é essencial que pacientes com histórico de câncer de mama realizem um monitoramento regular da função tireoidiana. Esse acompanhamento pode incluir:
Muitas mulheres têm preocupações sobre a exposição à radiação durante exames de mamografia, mas é importante esclarecer que a mamografia não causa câncer de tireoide. A dose de radiação utilizada na mamografia é extremamente baixa e concentrada na área das mamas, sem exposição significativa à tireoide. Não há evidências científicas que associem a mamografia ao aumento do risco de câncer de tireoide. Portanto, é seguro continuar realizando exames de mamografia regulares, que são essenciais para o diagnóstico precoce do câncer de mama.
Evitar exposições desnecessárias à radiação
Sempre discutir com o oncologista as doses de radiação e considerar métodos alternativos quando possível.
Manter um estilo de vida saudável
Uma dieta balanceada, exercícios regulares e a manutenção de um peso saudável podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver outros tipos de câncer.
Vacinação contra o HPV
Embora o HPV esteja mais comumente associado ao câncer de orofaringe, sua prevenção é uma medida adicional para minimizar o risco de cânceres relacionados ao sistema endócrino.
Acompanhamento médico regular
Manter consultas regulares com o oncologista e endocrinologista para monitorar qualquer mudança na saúde da tireoide.
Embora a relação entre câncer de mama e câncer de tireoide não seja completamente compreendida, os estudos sugerem que há um risco aumentado para pacientes com histórico de câncer de mama. A prevenção e o monitoramento são fundamentais para detectar precocemente quaisquer alterações na tireoide e garantir um tratamento eficaz. Pacientes e médicos devem trabalhar juntos para gerenciar esse risco e garantir o melhor cuidado possível. Para mais informações e orientação personalizada, consulte seu médico especialista.