O que é linfoma de Hodgkin?
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O que é linfoma de Hodgkin?

Ricardo Mai Rocha - terça-feira, 12 novembro de 2024

O linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer que se origina no sistema linfático, que faz parte do sistema imunológico do corpo. O sistema linfático é composto por uma rede de vasos, linfonodos e órgãos que ajudam a transportar e filtrar o fluido linfático, contendo glóbulos brancos essenciais para combater infecções.Linfoma de Hodgkin

No linfoma de Hodgkin, as células do sistema linfático se tornam anormais, crescendo de forma descontrolada e formando tumores. Este tipo de linfoma é distinto de outros linfomas pela presença de uma célula específica chamada célula de Reed-Sternberg.

Tipos de linfoma de Hodgkin

Linfoma de Hodgkin clássico: esse é o tipo mais comum e representa cerca de 95% dos casos de linfoma de Hodgkin. Ele pode ser dividido em quatro subtipos, incluindo:

  • Esclerose nodular
  • Celularidade mista
  • Rico em linfócitos
  • Depleção linfocítica

Linfoma de Hodgkin com predomínio linfocitário nodular: esse é um subtipo menos comum que tende a crescer mais lentamente e apresenta características diferentes das células de Reed-Sternberg.

Sinais e sintomas

O linfoma de Hodgkin geralmente se apresenta com um aumento indolor dos linfonodos, muitas vezes no pescoço, axilas ou virilha. Outros sintomas podem incluir:

  • Suores noturnos intensos.
  • Febre persistente.
  • Perda de peso inexplicável.
  • Coceira generalizada.
  • Fadiga constante.
  • Tosse ou dificuldade para respirar, caso o linfoma afete os linfonodos no tórax.

Fatores de risco para o linfoma de Hodgkin

Embora a causa exata do linfoma de Hodgkin ainda seja desconhecida, existem alguns fatores de risco que podem aumentar a chance de desenvolver a doença:

  1. Idade: é mais comum em duas faixas etárias: entre 15 e 30 anos e após os 55 anos.
  2. Histórico familiar: ter um parente próximo que teve a doença aumenta o risco.
  3. Infecção pelo vírus Epstein-Barr (EBV): esse vírus, que também causa a mononucleose infecciosa, está associado a um risco maior de desenvolvimento do linfoma de Hodgkin.
  4. Sistema imunológico enfraquecido: pacientes com sistema imunológico comprometido, como os que tomam medicamentos imunossupressores ou têm HIV, têm mais risco.

Diagnóstico

  1. Exame físico: o médico procura sinais de linfadenopatia (inchaço dos linfonodos) e outras anormalidades.
  2. Biópsia: a confirmação do linfoma é feita por meio da remoção de parte ou de todo um linfonodo para análise microscópica, onde a presença de células de Reed-Sternberg é identificada.
  3. Exames de imagem: tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM) e tomografia por emissão de positrons (PET) ajudam a determinar a extensão do linfoma.

Tratamento do linfoma de Hodgkin

O tratamento depende do estágio da doença, idade do paciente e condições de saúde em geral. As opções incluem:

  1. Quimioterapia: uso de medicamentos para destruir as células cancerígenas. Pode ser combinada com radioterapia.
  2. Radioterapia: radiação é utilizada para atingir e destruir células cancerígenas específicas, especialmente em estágios iniciais.
  3. Imunoterapia: terapias que estimulam o sistema imunológico para reconhecer e atacar células cancerígenas.
  4. Transplante de medula óssea: em casos de recaída, o transplante de medula óssea pode ser indicado para reconstituir as células saudáveis após doses elevadas de quimioterapia.

Prognóstico

O linfoma de Hodgkin é um dos tipos de câncer mais tratáveis, especialmente se diagnosticado precocemente. As taxas de sobrevivência são altas, com uma média de 85% de pacientes sobrevivendo pelo menos cinco anos após o diagnóstico. Em casos de estágios iniciais, essa taxa pode ultrapassar 90%.

Importância do diagnóstico precoce

O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura do linfoma de Hodgkin. Como muitos dos sintomas podem ser confundidos com outras doenças menos graves, é importante procurar avaliação médica se você notar inchaço nos linfonodos ou qualquer outro sintoma persistente.

Se você tiver dúvidas ou preocupações, agende uma consulta com um especialista, como o cirurgião de cabeça e pescoço. O conhecimento e a prevenção são as melhores formas de cuidar da sua saúde.


Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Residência Médica em Cirurgia Geral na UFES e Residência Médica em Cirurgia de Cabeça e Pescoço no Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.

Mestrado em Medicina pela UFES.
Professor de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da graduação de Medicina da UFES.
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