O que é Linfoma Não Hodgkin?
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O que é Linfoma Não Hodgkin?

Ricardo Mai Rocha - segunda-feira, 15 abril de 2024

O termo “linfoma” refere-se a um grupo de cânceres que se desenvolve no sistema linfático, parte vital do sistema imunológico do corpo. Existem dois tipos principais de linfoma: Hodgkin e não Hodgkin.

Neste artigo, vamos nos concentrar em entender o linfoma não Hodgkin, um tipo de câncer que se origina nas células do sistema linfático, especificamente nos linfócitos, que são um tipo de glóbulo branco. Essas células anormais se proliferam de forma descontrolada e podem se acumular nos gânglios linfáticos, órgãos como baço e fígado, e em outros tecidos do corpo.

O linfoma não Hodgkin pode afetar diversas áreas do corpo, incluindo a região da cabeça e pescoço. Embora o LNH seja comumente associado aos linfonodos, que são encontrados em várias partes do corpo, ele também pode se desenvolver em outros tecidos linfáticos presentes na cabeça e no pescoço, como as amígdalas, adenoides, glândulas salivares, tireoide e nasofaringe.

A especialidade de cabeça e pescoço tem um papel essencial no diagnóstico e tratamento do linfoma não Hodgkin nessas áreas.

Tipos de Linfoma Não Hodgkin

Existem muitos subtipos diferentes de linfoma não Hodgkin, e cada um deles se comporta de maneira diferente e pode responder de forma única ao tratamento. Alguns dos subtipos mais comuns incluem:

  • Linfoma Difuso de Grandes Células B (DLBCL): esse é o subtipo mais comum de linfoma não Hodgkin, caracterizado por células linfáticas grandes e anormais.
  • Linfoma Folicular: esse subtipo geralmente cresce lentamente e é composto por células B anormais.
  • Linfoma de Células do Manto: esse subtipo é caracterizado por células B anormais que se acumulam nos gânglios linfáticos, baço e outros órgãos.
  • Linfoma de Células T Periféricas: esse subtipo se origina nas células T do sistema imunológico e pode se desenvolver em diferentes partes do corpo.

Quais são as causas do Linfoma Não Hodgkin?

O linfoma não Hodgkin é uma doença complexa e multifatorial, e as causas exatas ainda não são completamente compreendidas. No entanto, há uma série de fatores que podem aumentar o risco de desenvolvimento do LNH.

  • Alterações genéticas: mutações genéticas nas células linfáticas podem desencadear o crescimento anormal e descontrolado, levando ao desenvolvimento do linfoma.
  • Imunossupressão: pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos têm mais risco de desenvolver LNH. Isso inclui pacientes submetidos a transplantes de órgãos, aqueles com HIV/AIDS e aqueles que tomam medicamentos imunossupressores após transplantes.
  • Infecções virais e bacterianas: certas infecções virais, como o vírus Epstein-Barr (EBV), o vírus da hepatite C (HCV) e o vírus do herpes humano tipo 8 (HHV-8), foram associadas ao desenvolvimento de alguns subtipos de LNH. Além disso, a bactéria Helicobacter pylori tem associação com o linfoma do estômago.
  • Exposição a agentes tóxicos: certos produtos químicos, como herbicidas, pesticidas e solventes orgânicos, podem aumentar o risco de desenvolver LNH em algumas pessoas.
  • Idade e sexo: o risco de LNH aumenta com a idade, e homens tendem a ter uma incidência ligeiramente maior do que as mulheres.
  • História familiar: pessoas com parentes de primeiro grau (pais, irmãos ou filhos) que tiveram LNH têm um risco ligeiramente maior de desenvolver a doença.

É importante ressaltar que a maioria das pessoas expostas a esses fatores de risco não desenvolverá linfoma não Hodgkin. Muitos casos de LNH ocorrem em pessoas sem fatores de risco conhecidos, sugerindo que outros fatores, como predisposição genética ou interações complexas, entre vários fatores, também têm um papel importante no desenvolvimento da doença.

Sintomas

Os sintomas do linfoma não Hodgkin podem variar dependendo do tipo específico e da localização do câncer. Alguns sintomas comuns incluem:

  • Inchaço dos gânglios linfáticos, geralmente indolor
  • Febre inexplicável
  • Sudorese noturna
  • Perda de peso inexplicável
  • Fadiga
  • Coceira na pele
  • Falta de ar
  • Dor no peito
  • Dor abdominal ou inchaço

Tratamento

O tratamento para o linfoma não Hodgkin dependerá do tipo específico, do estágio da doença e de outros fatores individuais do paciente. Algumas opções de tratamento comuns incluem:

  • Quimioterapia
  • Radioterapia
  • Terapia-alvo
  • Imunoterapia
  • Transplante de células-tronco

É importante ressaltar que o tratamento para o linfoma não Hodgkin pode ser altamente eficaz, especialmente se detectado precocemente. O acompanhamento médico regular e a adesão ao plano de tratamento são fundamentais para um resultado bem-sucedido.

Em resumo, o linfoma não Hodgkin é um tipo complexo de câncer que afeta o sistema linfático. Compreender os sintomas, opções de tratamento e prognóstico pode ajudar os pacientes a tomar decisões informadas sobre sua saúde e cuidados médicos. Se você ou um ente querido estiver enfrentando um diagnóstico de linfoma não Hodgkin, não hesite em procurar orientação médica e apoio adequado.


Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Residência Médica em Cirurgia Geral na UFES e Residência Médica em Cirurgia de Cabeça e Pescoço no Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.

Mestrado em Medicina pela UFES.
Professor de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da graduação de Medicina da UFES.
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